Artigos • 10 de fevereiro de 2023

Agricultura orgânica – você sabe o que é?

Agricultura orgânica – você sabe o que é?

Na agricultura orgânica o foco principal é a produção de alimentos mais saudáveis, de alta densidade nutricional e livres de agrotóxicos.

Existem diversas explicações e definições para a agricultura orgânica. Trata-se de um modelo de produção agrícola que busca:

  • reduzir o impacto ambiental e social
  • manter a biodiversidade
  • melhorar a fertilidade do solo
  • manter a qualidade da água
  • promover o uso responsável e consciente de energia e recursos naturais

Na prática os agricultores orgânicos não utilizam fertilizantes, pesticidas e inseticidas sintéticos, reguladores do crescimento animal, sementes geneticamente modificadas, conservantes e aditivos em suas lavouras. Em vez disso, os agricultores buscam melhorar a longo prazo a fertilidade e o microbioma do solo fazendo uso de compostagens e cobertura vegetal, e buscam reduzir o consumo de água na irrigação. Além disso os agricultores orgânicos utilizam por exemplo biofertilizantes, estercos, tortas vegetais de mamona e de neem, farinhas de osso, cinzas, adubações verdes e realizam rotação de culturas para aumentar a fertilidade do solo.

Na agricultura orgânica o foco principal é a produção de alimentos mais saudáveis, de alta densidade nutricional e livres de agrotóxicos, beneficiando assim a saúde humana e o meio ambiente.

Sua origem

O conceito da agricultura orgânica foi desenvolvido pelo inglês Sir Albert Howard antes dos anos 1940. Howard nasceu e estudou na Inglaterra e viveu muitos anos na Índia, onde realizou diversas pesquisas e desenvolveu a ideia de agricultura orgânica e de compostagem. Para Howard o conceito de fertilidade do solo estava diretamente ligado ao uso de matéria orgânica e humus, e já naquela época ele identificou os benefícios da agricultura orgânica na saúde animal e humana.

Regulamentação

Desde 23 de dezembro de 2003, com a publicacao da Lei nº 10.831, foi estabelecido no Brasil diretrizes para a produção e comercialização dos produtos orgânicos. A Lei estabeleceu regras que definem o que é um sistema de produção orgânica e definiu suas finalidades. Esta definição assegura um entendimento comum para o “alimento orgânico” e proporciona mais segurança para o produtor, o consumidor e o distribuidor de produtos orgânicos.

Com a publicação da Lei nº 10.831 ficou estabelecido que produtos “orgânicos” a serem comercializados no Mercado interno brasileiro devem ser certificados por um organismo reconhecido oficialmente. Desta forma somente agricultores que são devidamente certificados por uma certificadora oficial pode usar o termo “orgânico” para seus produtos.

O Regulamento Europeu CE 834/2007 e 889/2008 estabelece normas e regulamentos técnicos para produção e comercialização de produtos orgânicos na União Europeia, abrangendo os escopos de produção primária e processamento de produtos orgânicos.

Em outubro de 2002, foi lançado o Programa Nacional Orgânico (NOP), o qual determina os regulamentos técnicos e diretrizes para ingresso de produtos orgânicos nos Estados Unidos. O programa é regulamentado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os Estados Unidos possui também um acordo de equivalência entre sua norma e a do Canadá, através do qual todo produto orgânico certificado sob a norma COR (Canadian Organic Regime) pode ingressar no mercado americano e vice-versa.

A certificação Orgânico UE é outorgada pela Organización Internacional Agropecuaria S.A. (OIA). A Comunidade Européia tem um selo de orgânicos próprio, bem como os Estados Unidos e Canadá.

Aumento da demanda por alimentos orgânicos no Brasil e no mundo

Nos últimos anos foi registrado um aumento significativo da demanda por alimentos orgânicos no Brasil e no mundo. A preocupação com a saúde é um dos grandes impulsionadores deste mercado. Os consumidores hoje estão fazendo escolhas mais conscientes voltadas para uma alimentação equilibrada, livre de agrotóxicos e livre de organismos geneticamente modificados.

O aumento da demanda por produtos orgânicos ocorre também em consequência de problemas sociais e ambientais inerentes ao modelo convencional agrícola que é caracterizado pelo uso extensivo de agrotóxicos, de sementes geneticamente modificadas, pela alta mecanização e desemprego rural bem como pela degradação dos solos e pela poluição das águas.

Benefícios da agricultura orgânica

O modelo de produção orgânica na agricultura vem se difundindo entre os agricultores, reflexo de uma crescente demanda. Os consumidores buscam na compra de alimentos orgânicos os benefícios.

  1. Alimentos livres de agrotóxicos: vários tipos de agrotóxicos usados na agricultura convencional são prejudiciais à saúde animal e à saúde humana. O consumidor de produtos agrícolas convencionais hoje não tem conhecimento ou informação dos aditivos químicos que ele está consumindo juntamente com aquela carne, fruta ou verdura, devido à falta de fiscalização nas lavouras convencionais e à falta de transparência. Apesar de serem em doses pequenas, o consumo diário destes agrotóxicos podem trazer a longo prazo problemas a saúde que hoje não conseguimos mensurar. Na agricultura orgânica, os alimentos produzidos são 100% isentos de agrotóxicos e consequentemente mais saudáveis para os produtores e consumidores.
  2. Solo saudável e equilibrado: com a prática de adubação verde, rotação de culturas, compostagens e uso de matéria orgânica, a agricultura orgânica trabalha para aumentar a vida do solo, estimulando o crescimento de bactérias e fungos benéficos e outros agentes que promovem a decomposição de matéria orgânica e estabilizam o solo. A longo prazo esta prática de regeneração do solo proporciona grandes economias ao produtor, enquanto melhora a qualidade do produto.
  3. Preservação de recursos naturais: a agricultura orgânica, também chamada de agricultura sustentável, é pensada com o intuito de proteger o meio ambiente, preservando os recursos naturais com uma gestão adequada de recursos hídricos, redução de erosão do solo e gerenciamento do agroecosistema como um todo.

A prática de agricultura orgânica traz além dos diversos benefícios acima listados, alguns desafios: os produtos orgânicos são geralmente mais caros que os produtos convencionais, o manejo é mais intenso e demanda mais mão de obra, demanda um maior conhecimento e acompanhamento, registros e rastreabilidade de todo o manejo dentro da propriedade.

Na Fazenda BELLA nós acreditamos que a saúde humana está diretamente ligada a saúde do solo no qual produzimos os nossos alimentos. Isso nos motivou a adotamos práticas do manejo orgânico desde a fundação da fazenda em 2019. No final de 2022 recebemos a certificação para o Mercado Brasileiro, Americano e Canadense. Elaboramos nossas próprias receitas de adubos utilizando estercos, farinha de osso, tortas de mamona, compostagem produzida na própria fazenda, cinzas, casca de ovos, pó de rocha e utilizamos palhada de capim para fazer cobertura de solo, melhorando as características do microbioma do solo. Desta forma asseguramos a nutrição ideal para nossas plantas e recebemos em troca frutas, raízes e ervas de alto valor nutricional e de excelente qualidade.

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